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     07/05/2024            
 
 
    

   

O plantio do coqueiro da variedade gigante do Brasil ocupa uma área de aproximadamente 208.980 ha, distribuído ao longo da faixa litorânea do Nordeste, cultivado em sequeiro, responsável pela quase totalidade da produção de “coco seco” utilizado pela indústria de alimentos e mercado “in natura”. A não utilização de práticas adequadas de manejo e a ocorrência de problemas fitossanitários endêmicos na região, associados à baixa qualidade do material genético, são responsáveis em grande parte, pela baixa produtividade desta cultura. Associado a estes fatores, o produtor tem enfrentado ao longo dos anos, problemas relacionados com o baixo preço do coco seco no mercado interno, decorrente em parte das importações do coco ralado, que de certa forma desestimula os investimentos neste setor.

Em função do amplo espaçamento utilizado entre coqueiros nos plantios tradicionais ( 100 plantas / ha) e conseqüentemente da boa transmissão de luz, é possível encontrar espécies perenes e anuais ocupando o espaço disponível entre plantas, aumentando consequentemente a competição por umidade e nutrientes. Em áreas com períodos secos prolongados, como ocorre com o Nordeste do Brasil, a não adoção de um programa adequado de manejo da vegetação nativa de cobertura pode comprometer, portanto,  o crescimento e produção dos coqueiros. A roçagem mecânica e manual, gradagem do solo, aplicação de herbicidas, consorciação de culturas,  cobertura do solo com  leguminosas ou mesmo a utilização da área para pastejo, são os métodos comumente utilizados, os quais têm como objetivo reduzir a competição entre coqueiros e plantas de cobertura. 

De acordo com trabalhos já realizados, comparando-se diferentes sistemas de manejo das entrelinhas  em áreas cultivadas com coqueiros, observa-se que a manutenção da vegetação natural através da roçagem mecânica, pode reduzir a produção de frutos, principalmente em regiões com déficits hídricos elevados. O uso continuado desta prática favorece  o aumento da incidência de gramíneas, a exemplo do capim gengibre (Paspalum maritimum Trind) em detrimento de outras espécies, contribuindo desta forma para aumentar a competição pela umidade do solo e nutrientes, especialmente  em relação ao nitrogênio. Em contrapartida, a eliminação ou redução da vegetação natural nas entrelinhas se reflete de forma positiva sobre o aumento de produção dos coqueiros. Resta ao produtor, portanto, avaliar qual o sistema de manejo deverá ser utilizado em sua propriedade, e que melhor se adéqüe ao seu sistema de produção, selecionando práticas sustentáveis de manejo que permitam conciliar produção de coco com  outras atividades econômicas.

A opção pelo uso da gradagem para manutenção do solo descoberto, embora considerada como uma prática eficiente e capaz de reduzir as perdas de água e nutrientes expõe o solo à ação do sol e da chuva com reflexos sobre o aumento da lixiviação de nutrientes, perdas por erosão e alteração das suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Deve-se ressaltar também, que a vegetação natural atua como hospedeira de inimigos naturais, além de proteger e reciclar nutrientes do solo e promover o seqüestro de carbono. Sua utilização, portanto, deve ser vista com cautela, podendo ser utilizada, no entanto, para preparo de solo e instalação de culturas consorciadas ou leguminosas de cobertura no início do período chuvoso.

A utilização de herbicidas de ação pós - emergente para controle da vegetação de cobertura em área total, também pode ser considerada uma prática que além de apresentar baixo custo, alcança bom efeito  e se reflete no aumento de produção de frutos, uma vez que possibilita a eliminação da vegetação natural, mantendo-se neste caso, uma cobertura morta sobre o solo. Embora esta prática seja utilizada sob o argumento do alto custo da mão de obra, o produtor deve sempre avaliar a conveniência de utilização deste método, considerando-se não somente as questões ambientais, como também a possibilidade de fazer melhor uso da área disponível para exploração com outras culturas.

Dentro deste contexto, e em particular, considerando-se a condição do pequeno produtor de coco do Nordeste, onde predominam estabelecimentos com menos que 10 ha, há necessidade de se avaliar em cada caso, qual o  sistema que melhor se adéqua às condições de cada produtor. Deve-se considerar, no entanto, que a área efetivamente ocupada com o coqueiro corresponde a aproximadamente 20% do total disponível, permitindo assim a utilização do restante  para exploração com outras culturas. 

No caso de plantios novos, e em se tratando de pequenos produtores, a recomendação é que  utilizem sistemas em quadrado, que ao contrário do plantio em triângulo, permite utilização mais eficiente do solo com outras culturas, em função da maior  transmissão de luz durante todo o ciclo do coqueiro. Embora neste sistema ocorra uma redução de 15% do número de plantas por área, é possível  o estabelecimento de arranjos de culturas que permitem o uso mais eficiente do espaço disponível entre coqueiros com maior retorno financeiro para o produtor. Em plantios já estabelecidos, apesar da irregularidade de espaçamento, é possível também a consorciação de culturas desde que se faça uma avaliação das condições locais principalmente em relação à luminosidade. Em ambos os casos, deve-se considerar as questões relacionadas com as condições de clima e solo, exigências hídricas e nutricionais, profundidade do sistema radicular, e condições de  mercado das culturas a serem consorciadas.

O cultivo da mandioca como também da bananeira, são citados como as culturas predominantemente consorciadas com o coqueiro e difundidas em todo o mundo. No caso do Nordeste do Brasil, a mandioca se destaca entre as culturas mais utilizadas, pela sua grande importância na produção de farinha, considerada como alimentação básica do nordestino e pela capacidade de adaptação desta cultura às condições de clima e solo onde é cultivado o coqueiro. Quando comparado a outras práticas de manejo das entrelinhas em plantios jovens, o sistema consorciado

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